Vampirismo é
religião?
Alto relevo de uma "Strix" - antiga
Civilização Romana.
As Strix eram praticantes de vampirismo e magia noturna (dai serem representadas simbolicamente como corujas ou meio humanas e meio corujas) que vagavam fisicamente ou como fantasmas (dai serem representadas como aladas) deslizando pelas estradas romanas e nos cemitérios e catacumbas que as ladeavam, associadas ao séqüito da Deusa Hecate, senhora da magia, dos fantasmas e dos vampiros reais, como o eram as Strix e as Lâmias. Estas entidades noturnas eram responsabilizadas por todas as calamidades então inexplicáveis, como pestes, epidemias, falecimento de recém nascidos e abortos naturais, assim como continuarão sendo as bruxas na Idade Média. Seja como for, sua associação com a religião da época é inegável.
Mas o que é Religião para a Antropologia?
Aqui colocaremos apenas uma sutil introdução de um assunto imensamente mais complexo e cheio de reflexões críticas, em que diversos autores debatem complexificando um assunto aparentemente simples.
A Antropologia questiona se é possível utilizar o termo "religião" para todas as culturas em todo mundo. Um mesmo termo para todas, seria como igualar concepções da realidade tão diferentes entre si como o cristianismo e o Budismo Theravada, por exemplo, em que este último não acredita nem em espíritos, nem de Deus ou Deuses. Sob este ponto de vista, chegam a postular que o termo religião só poderia ser utilizado para o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo e para as outras preferem usar o termo "Cosmologia de Mundo". No entanto nem todos os antropólogos pensam assim, e o uso não é tecnicamente proibido pois o termo "religião" se referiria justamente à "Cosmologia de Mundo", que varia de cultura para cultura.
Mas afinal, Vampirismo é Religião?
As Strix eram praticantes de vampirismo e magia noturna (dai serem representadas simbolicamente como corujas ou meio humanas e meio corujas) que vagavam fisicamente ou como fantasmas (dai serem representadas como aladas) deslizando pelas estradas romanas e nos cemitérios e catacumbas que as ladeavam, associadas ao séqüito da Deusa Hecate, senhora da magia, dos fantasmas e dos vampiros reais, como o eram as Strix e as Lâmias. Estas entidades noturnas eram responsabilizadas por todas as calamidades então inexplicáveis, como pestes, epidemias, falecimento de recém nascidos e abortos naturais, assim como continuarão sendo as bruxas na Idade Média. Seja como for, sua associação com a religião da época é inegável.
Mas o que é Religião para a Antropologia?
Aqui colocaremos apenas uma sutil introdução de um assunto imensamente mais complexo e cheio de reflexões críticas, em que diversos autores debatem complexificando um assunto aparentemente simples.
A Antropologia questiona se é possível utilizar o termo "religião" para todas as culturas em todo mundo. Um mesmo termo para todas, seria como igualar concepções da realidade tão diferentes entre si como o cristianismo e o Budismo Theravada, por exemplo, em que este último não acredita nem em espíritos, nem de Deus ou Deuses. Sob este ponto de vista, chegam a postular que o termo religião só poderia ser utilizado para o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo e para as outras preferem usar o termo "Cosmologia de Mundo". No entanto nem todos os antropólogos pensam assim, e o uso não é tecnicamente proibido pois o termo "religião" se referiria justamente à "Cosmologia de Mundo", que varia de cultura para cultura.
Mas afinal, Vampirismo é Religião?
Podemos dizer com certeza
que:
1) Em todas as manifestações da prática vampírica em todo mundo, estava esta associada às crenças, normas e valores religiosos destas localidades e inseparável destas expressões religiosas, sendo associados ora a Deuses (por exemplo na religião dos Maias, Astecas, Budismo Tibetano etc), ora a inimigos dos Deuses ou Deus (Cristianismo, Islamismo, Judaísmo etc), ora associado aos Deuses e também aos inimigos destes (Hinduísmo).
2) Em todas estas culturas sempre esteve associado ao sagrado, quer quando eram os Deuses do sistema estabelecido, quer quando eram os inimigos dos Deuses ou Deus. Como diz Durkheim "Satã é uma peça essencial do sistema cristão; ora se trata de um ser impuro, não se trata de ser profano. O antideus é um deus, inferior e subordinado, é verdade, no entanto dotado de vastos poderes; ele é até objeto de ritos, pelo menos negativos" (Dhurkheim, 1989, p. 498). Isto é, mesmo os inimigos dos Deuses e de Deus, nas diversas religiões espalhadas pelo mundo, entidades com práticas vampíricas são seres Sagrados, do ponto de vista antropológico, conforme definição dada de sagrado .
1) Em todas as manifestações da prática vampírica em todo mundo, estava esta associada às crenças, normas e valores religiosos destas localidades e inseparável destas expressões religiosas, sendo associados ora a Deuses (por exemplo na religião dos Maias, Astecas, Budismo Tibetano etc), ora a inimigos dos Deuses ou Deus (Cristianismo, Islamismo, Judaísmo etc), ora associado aos Deuses e também aos inimigos destes (Hinduísmo).
2) Em todas estas culturas sempre esteve associado ao sagrado, quer quando eram os Deuses do sistema estabelecido, quer quando eram os inimigos dos Deuses ou Deus. Como diz Durkheim "Satã é uma peça essencial do sistema cristão; ora se trata de um ser impuro, não se trata de ser profano. O antideus é um deus, inferior e subordinado, é verdade, no entanto dotado de vastos poderes; ele é até objeto de ritos, pelo menos negativos" (Dhurkheim, 1989, p. 498). Isto é, mesmo os inimigos dos Deuses e de Deus, nas diversas religiões espalhadas pelo mundo, entidades com práticas vampíricas são seres Sagrados, do ponto de vista antropológico, conforme definição dada de sagrado .
) Em todas as culturas em que ocorre, a prática
vampírica é matéria de ritos coletivos, quer cultuando-os (entre os Maias,
Astecas, Hindus, Budistas Tibetanos, Hinduísmo etc), quer combatendo-os
(Cristianismo, Judaísmo, Islamismo, Hinduísmo, religiões africanas etc), quer
exaltando a prática (como entre feiticeiros africanos reunidos em segredo nas
profundezas das florestas).
Ora, isto se enquadra na definição de Émile Durkheim, como já vimos e vale repetir, qual seja: "Religião é um sistema solidário de crenças seguintes e de práticas relativas a coisas sagradas, qual seja, separadas, proibidas; crenças e práticas que unem na mesma comunidade moral, chamada igreja, todos os que a ela aderem". (Durkheim, 1989, p. 79). Por igreja, novamente lembramos, aqui se entenda a comunidade religiosa reunida no local de sua celebração religiosa, e pode ser uma Igreja, Denominação, Seita ou Culto, como já vimos, pois são nomes que apenas indicam diferentes níveis de complexidade de uma mesma prática, normas, valores e crenças.
Ora, isto se enquadra na definição de Émile Durkheim, como já vimos e vale repetir, qual seja: "Religião é um sistema solidário de crenças seguintes e de práticas relativas a coisas sagradas, qual seja, separadas, proibidas; crenças e práticas que unem na mesma comunidade moral, chamada igreja, todos os que a ela aderem". (Durkheim, 1989, p. 79). Por igreja, novamente lembramos, aqui se entenda a comunidade religiosa reunida no local de sua celebração religiosa, e pode ser uma Igreja, Denominação, Seita ou Culto, como já vimos, pois são nomes que apenas indicam diferentes níveis de complexidade de uma mesma prática, normas, valores e crenças.
Baseado nestes argumentos, podemos afirmar que:
1) Existiu no passado arcaico da humanidade, em diversos Continentes e antigas culturas, que iam das Américas, à Ásia, da África à Europa, práticas de vampirismo associadas às religiões locais, dentro das religiões locais, integradas às religiões locais, sendo e totalmente fundidas às religiões locais. Mais que isto, ainda existem na África, Europa e Ásia grupos ou pessoas que mantém antigas tradições associadas ao vampirismo.
2) Existe atualmente grupos em quase todo mundo, na América do Norte, na
América do Sul, na Europa, na Ásia e Oceania, com práticas vampíricas modernas
que se apropiaram de elementos místicos e religiosos antigos para criar um
"vampirismo moderno", por assim dizer, um movimento focado em sua
origem nos Estados Unidos da América, e que se espalhou por quase todo mundo, e
que muitas vezes podemos classificar de religiosas, por todas as definições
dadas até agora. Por tudo o que foi dito e argumentado até aqui, e tendo sempre
em mente que o termo religião carrega uma carga de conceitos muitas vezes não
aplicáveis a outras culturas, logo, que devemos fazer um esforço de
"desnudar" este termo destes conceitos e preconceitos que normalmente
se lhe emprestamos de nossa Cultura Ocidental, podemos então e somente então
dizer que existem Religiões Vampíricas hoje em dia, e não são poucas. Algumas
são antiquíssimas e estão integradas a religiões arcaicas, outras são modernas
e de tradição eminentemente Norte Americana. Estas últimas seriam mais da
natureza de cultos, organizados em torno de um líder carismático, que os mantém
unidos em torno de um dogma comum, ou mesmo em um tecido de dogmas amplamente
ecumênico. Houses, Ordens e instituições de linhagem Norte Americanas são
grupos de pessoas que em geral praticam ritos comuns atualizando antigos mitos
em novas práticas apropriadas de antigas, e agora formuladas em novos regimes
éticos, em ambiente e tempo sabidamente sagrados.
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